sábado, 6 de fevereiro de 2010

Além dos 140 caracteres

Será que eu hoje ao menos pensei nela?

Será que eu hoje ao menos pensei nela,
Mesmo de um modo vago e momentâneo,
Ou, simplesmente, suprimi do crânio
Tão meiga imagem de mulher tão bela?

Será que eu hoje já nesse descuido
Me abandonei qual leve pluma ao vento?
Talvez, porque meu débil pensamento
Parece imerso num estranho fluido...

Porém é cedo. Nem ainda o sol
Deixou seus raios darem luz ao dia,
Ainda o mundo dorme e todavia
Creio ter visto há tempos o arrebol.

Pois pensar nela traz-me tal engano
Que um só momento mais parece um ano.

Este soneto foi publicado no site Recanto das Letras com o título Musa I. Ele faz parte de uma série que iniciei em 1959/60/61 com a denominação geral de Estudos, e ordenados numericamente. Vou atribuir aqui nova denominação. Será o primeiro verso. Acho que ficará mais apropriado.

2 comentários:

  1. Saudações!
    Que Post Fantástico!
    Amigo, com sinceridade o seu Soneto é uma obra belíssima.
    Parabéns pela inspiração e lindo Post!
    Contagiou. Mexeu. Veleu.
    Abraços,
    LISON.

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  2. Toda gente sabe que para pais extremosos todos os filhos são bonitos, porém para obras literárias ou de arte não existe esse escrúpulo. Então eu considero que o soneto acima, junto com um outro que já está no Recanto das Letras, é dos meus filhos mais bonitos.

    Tenho a agradecer seu comentário valioso, lembrando que só mereço 50% dessas palavras. O restante fica por conta da musa que na minha juventude soube despertar tais sentimentos.

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