sábado, 9 de outubro de 2010

De amigos, da convivência com iguais e da leitura do resumo da ópera


É muito bom encontrar um amigo, daqueles que não se vê há mais de 20 anos. Nesses casos combina-se um almoço para botar a conversa em dia. Foi assim com o Albuquerque.

Passados mais uns 10 anos me deram a notícia. Meu amigo estava no local errado, na hora errada. Houve um assalto à oficina mecânica aonde ele foi e, por algum motivo, os assaltantes atiraram nele e o mataram.

Num jornal li sobre o assassinato de um outro amigo, o Alves, oficial da Polícia Militar. Lá se dizia que ele tinha sido vítima de um marido enganado, notícia mentirosa, não respeitaram nem a sua família. Foi menos por culpa do jornal; teriam pegado a informação na própria corporação. Alves era um cidadão correto. Soube de algum comportamento inadequado por parte de colegas e sua língua não coube dentro da boca. Uma ovelha branca é sempre uma ameaça ao rebanho negro. Em Roma, como os romanos... Algo como o caso do Celso Daniel que, dizem, foi silenciado pelo PT, supostamente pelo PT.

Albuquerque era intermediador de empréstimos para governos, principalmente prefeituras. E me disse que o prefeito de Nilópolis, da época, era um medroso, não tinha topado fazer o negócio. Conversamos sobre outras amenidades. Antes da sobremesa já me era oferecido um pequeno negócio. O amigo, para baratear seus custos, me propunha rodar os programas de suas transações no CPD da Petrobrás, onde eu era, modéstia à parte, um eficiente programador. Se esse rapaz outras vidas tivesse e fosse das relações da Dilma ou da Erenice, dependendo da propina, talvez tivesse suas prebendas ou demandas atendidas.

Muita gente cuida de evitar os inimigos não sabendo que o real perigo está nos "amigos". Um verdadeiro amigo nunca vai fazer uma proposta indecente. Então é preciso prestar atenção num governo que tem muitos amigos, amigos que num passado recente se mimoseavam com os epítetos de "ladrões" e hoje se abraçam fraternalmente. Todos conhecem a história de Lula, Collor e Sarney, todos guindados da condição de ladrões a aliados de confiança.

No caso do Albuquerque, ele não estava no local errado; os assassinos é que foram ao lugar certo.
 
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